Um sargento (R. Lee Ermey) treina de forma fanática e sádica os recrutas em uma base de treinamentos, na intenção de transformá-los em máquinas de guerra para combater na Guerra do Vietnã. Após serem transformados em fuzileiros navais, eles são enviados para a guerra e quando lá chegam se deparam com seus horrores. O roteiro é baseado no romance The Short Timers de Gustav Hasford, um veterano da guerra do Vietnã. (Exibição nesta quinta 25/06 na sala A1 - S206, das 17 às 19 horas).
É um filme ambientado durante a guerra do vietnã, e tem um abordagem dura, desoladora e um tanto desumana. A guerra em si fica em segundo plano. O que o autor aborda é mais as relações entre os personagens. É uma visão americana, dividida entre a opressão do treinamento e o ambiente da guerra em si. Não há uma personagem que de para simpatizar.
ResponderExcluirQuanto a temática Violência, a abordagem é psicologica/fisica, sendo mais visível na primeira parte (treinamento).
Eu tenho uma dúvida. O queaconteceria com esse soldado que assassinos o capitão se ele ficasse vivo pós ele se matou em seguida. Acho que eu teria feito o mesmo ninguem aguentar tanta pressão e humilhação assim.
ExcluirFrescuragem pior na guerra ...
ExcluirGostei bastante do filme!
ResponderExcluirpara mim, um dos melhores filmes de guerra, porque retrata o soldado lidando com todas aquelas situações desde o treinamento.
O filme tem a violência como pano de fundo em quase todas situações, mas consegue tratar dos temas de uma forma cômica.
Na primeira parte do filme a violência aparece no treinamento, na forma como o sargento tenta moldar seus aprendizes através da humilhação; ele desvaloriza, satiriza e tentar mostrar a incapacidade de seus soldados a todo momento.
E isso acaba levando um soldado a loucura.
A segunda parte do filme não é tão empolgante quanto a primeira.
Mostra os soldados já em combate. Muitos nem sabem o que estão fazendo no vietnã, mas sabem que la é lugar deles, pois foram treinados para isso.
Umas da coisas que mais me chamou atenção, na segunda parte, foi o fato de um soldado ter o simbolo da paz. É irônico. É difícil imaginar isso.
No fim, a violência da guerra acabando estreitando os laços com seus companheiros e aumentado o ódio pelo inimigo.
É misto de emoções e a maioria do soldados não sabem como agir com esses sentimentos.
Acho que ninguém saberia como reagir.
É clara a divisão do filme em duas partes. Em ambas, a violência está implícita como um plano de fundo, sendo psicológica na primeira parte e física na segunda.
ResponderExcluirApesar de a primeira parte conter cenas de violência (física) nos treinamentos, e ser a parte de ingresso dos jovens ao exército, e nela onde há fortes marcas de violência psicológica, na maioria delas por insultos, xingamentos e humilhações, com o propósito de fazer com que estes tenham o “orgulho de ser fuzileiro”, uma espécie de “desumanização dos soldados, tornando-os máquinas de guerra. Essa humilhação se destaca à um certo personagem, e este, no decorrer do filme, se torna um verdadeiro psicopata, levando-o inclusive a cometer homicídios, e por fim, suicídio. A “lavagem cerebral” nos soldados é tão grande, que em determinado momento os soldados não sabem o que estão fazendo, e o porquê estão ali. Sabem apenas que devem ganhar.
A segunda parte em si, já retrata como é uma guerra. Mostram o porquê dos duros treinamentos dos soldados. Em parte, também mostra um soldado trabalhando para um jornal Americano. É visível nos soldados o ódio pelos inimigos, fruto dos severos treinamentos e pressões psicológicas.
O filme parece dividir-se em duas partes. A primeira retrata a convivência de guerrilheiros com um superior com métodos extremamente obsoletos, procurando incutir a ideia da violência como salvadora das almas. O capitão coloca o principio da educação violenta acima de valores como religião, estado,família ou qualquer visão de mundo que seja. Não há efetivamente importância qual é a crença do sujeito, se ele é religioso. ou se ele é adepto à uma cultura de paz, se ele tem ou não tem família. É a força violenta do sujeito que o torna forte - na visão do capitão - é a sua capacidade em se desapegar do outro, sua capacidade de ver o outro apenas como "mais um para matar", não importando se é criança, mulher, civil, etc. Mas o fator fundamental da primeira parte do filme é o fator psicológico. O sujeito obeso, que não conseguia por uma inaptidão física, ter os mesmos resultados nos treinamentos que os colegas, vê-se torturado friamente pelo capitão. Este, ao ver seu método não dá resultado, resolve punir todo o pelotão a cada vez que o soldado cometesse uma falta. o problema é que agora não é apenas o capitão o temido pelo soldado, mas todo o grupo. Sentindo-se oprimido, física e emocionalmente, o jovem começa a isolar-se em seu mundo interno, gerando uma revolta, que culmina na morte do capitão e no suicídio. Isso demonstra a onde leva uma situação extrema de ruptura de liberdade e pressão constante de um grupo. Em outros aspectos da vida observa-se o mesmo, como o bullyng nas escolas ou o assédio moral no trabalho.
ResponderExcluirA segunda parte do filme já mostra um capitão menos agressivo e mais preocupado com as demandas da guerra do que com a imposição de uma violência psicológica. Porém, a guerra em si traz uma violência terrível. Alguns soldados, como aquele interpretado pelo ator principal, não tem a mesma frieza de espírito que outros soldados, ficando chocado ao se deparar com situações de morte. No final, o grupo de soldados encontra-se numa emboscada, em que não conseguem encontrar um atirador, que acaba matando alguns soldados. Quando finalmente encontram e atiram no soldado (uma mulher), são obrigados a lidar com um dilema ético: matar a assassina agora indefensa ou dar--lhe a liberdade? A soldado implora a morte, o soldado (principal), reluta, pensa, mas acaba atirando. A questão é se esse era o melhor a ser feito. Então é possível pensar em diversas perspectivas. Na perspectiva da mulher a morte foi pra ela mais digno, na perspectiva do soldado ter matado representou uma vingança pelo morte dos amigos. Agora, na perspectiva ética, qual era o melhor a se fazer? No caso, a morte só poderia valer se fosse pra evitar mais mortes, como ela já estava sob controle não havia porque matar ainda outra pessoa.
OTONIEL DA ROCHA
Excluir21078814
Também gostei do filme. Poderia ser apenas um filme com um mocinho, um grupo de soldados que se preparam e salvam todos na guerra eliminando o inimigo. Ou então um grupo de soldados perfeitos que são amigos e lutam para salvar seu companheiro de guerra. Entretanto o filme é diferente e mostra as dificuldades da formação de fuzileiros com falhas e defeitos, em um momento de guerra.
ResponderExcluirStanley Kubrick consegue inicialmente nos mostrar o ambiente de preparo e tensão no qual simples rapazeses ficam imersos para que se tornem verdadeiras máquinas de guerra. Neste preparo dos fuzileiros o sargento é a figura e a autoridade que com sua estratégia de treinamento elimina qualquer sentimento de compaixão. O treinamento é duro e os soldados são expostos constantemente à uma pressão fisica e psiquica para a "guerra". E todos devem pagar pelo erro, onde mesmo que apenas um soldado seja o responsável, todos podem e devem ser punidos. O ambiente apresenta uma tensão constante e infelizmente o soldado Pyle perde o controle quando todos sem excessão participam do corretivo coletivo aplicado à ele, no dormitório do alojamento, notamos que este foi o "gatilho" que transformou um simples jovem em uma máquina psicotica que quer eliminar apenas o seu inimigo, neste caso o sargento Hartman.
Na guerra Kubrick consegue mostrar que o inimigo não é nada e este quando é morto pode até ser enterrado em uma vala coletiva sem nenhuma dignidade. Notamos também que o preparo na formação dos fuzileiros faz com que andar em meio à tiros não seja um problema e nem cause medo ou pavor, podemos ver o exemplo do correspondente Joker, uma vez ele e outros fuzileiros conseguem até mesmo registrar em entrevistas ou gravações de imagem, tudo que se passa ao redor deste grupo. Neste caso a violencia e a tensão da guerra tornam-se parte do dia-a-dia destes soldados.
Fernando M. Suzuki
Também gostei do filme. Poderia ser apenas um filme com um mocinho, um grupo de soldados que se preparam e salvam todos na guerra eliminando o inimigo. Ou então um grupo de soldados perfeitos que são amigos e lutam para salvar seu companheiro de guerra. Entretanto o filme é diferente e mostra as dificuldades da formação de fuzileiros com falhas e defeitos, em um momento de guerra.
ResponderExcluirStanley Kubrick consegue inicialmente nos mostrar o ambiente de preparo e tensão no qual simples rapazeses ficam imersos para que se tornem verdadeiras máquinas de guerra. Neste preparo dos fuzileiros o sargento é a figura e a autoridade que com sua estratégia de treinamento elimina qualquer sentimento de compaixão. O treinamento é duro e os soldados são expostos constantemente à uma pressão fisica e psiquica para a "guerra". E todos devem pagar pelo erro, onde mesmo que apenas um soldado seja o responsável, todos podem e devem ser punidos. O ambiente apresenta uma tensão constante e infelizmente o soldado Pyle perde o controle quando todos sem excessão participam do corretivo coletivo aplicado à ele, no dormitório do alojamento, notamos que este foi o "gatilho" que transformou um simples jovem em uma máquina psicotica que quer eliminar apenas o seu inimigo, neste caso o sargento Hartman.
Na guerra Kubrick consegue mostrar que o inimigo não é nada e este quando é morto pode até ser enterrado em uma vala coletiva sem nenhuma dignidade. Notamos também que o preparo na formação dos fuzileiros faz com que andar em meio à tiros não seja um problema e nem cause medo ou pavor, podemos ver o exemplo do correspondente Joker, uma vez ele e outros fuzileiros conseguem até mesmo registrar em entrevistas ou gravações de imagem, tudo que se passa ao redor deste grupo. Neste caso a violencia e a tensão da guerra tornam-se parte do dia-a-dia destes soldados.
Fernando M. Suzuki
O filme é muito interessante, nele é possível identificar diversos tipos de violência.
ResponderExcluirInicialmente a violência retratada é a física e psicológica sofrida pelos recrutas em treinamento, onde o sargento utiliza meios humilhantes para passar disciplina e transformá-los em verdadeiros matadores. A obra ainda mostra o suicídio de um recruta, Pyle, que não conseguiu aguentar todas as pressões e a violência, este que antes de se suicidar, mata seu sargento. Esse fato também nos faz pensar sobre os outros recrutas, como reagir diante de todas essas formas de violência?
Abrindo um parênteses com essa primeira parte do filme, acabei relacionando com a situação da polícia militar brasileira, que também passa por treinamentos violentos e desumanos, mas diferentemente dos fuzileiros navais, o objetivo desse treinamento não é, ou não deveria ser, formar matadores, e sim profissionais para servir a população. Será que essa forma de treinamento seria a mais adequada para treiná-los? Seria esse o motivo de tanta truculência policial?
Na continuidade do filme, são mostrados os recrutas, agora já formados, ou seja, fuzileiros navais, atuando na guerra do Vietnã. Vemos que o treinamento foi eficaz, foram formadas reais máquinas de guerra, que estão dispostas a matar, não importa o motivo, para isso basta apenas dar as ordens.
Eu gostei bastante do filme, acho que o controle moral no treinamento me surpreendeu, até na questão religião, o general não quer apenas transformar aqueles soldados em máquinas de guerra, mas quer também controlar seus sentimentos, não meras máquinas de matar, mas máquinas perfeitas de matar.
ResponderExcluirO soldado Pyle para mim mostrou um desejo não de apenas ser um bom soldado, mas um algo a mais, visto que ele conseguiu com muito esforço se enquadrar, e quando parecia ter alcançado seu objetivo cometeu suicídio e praticou sua vingança.
Na guerra vemos um desejo por sangue muito grande, e uma fala que me surpreendeu foi de um dos soldados em entrevista desejando ter alguém bom para ele matar quando voltasse, e me pus a pensar, após toda esta exposição de violência como deve ser um ex-soldado regressar a sociedade?
Durante meses ou anos apanhando "pelos outros", e voltar para de repente ser desrespeitado em algum espaço público por um cidadão que ele lutou para continuar vivo? Ou como se dá a relação com suas namoradas ou esposas já que durante muito tempo são castrados sexualmente e basicamente só tem contato sexual com as mulheres que encontram de uma forma comercial, além do desprezo pelas "fraquezas" das mulheres que são ensinadas no treinamento.
Enfim com que visão de mundo este homem regressa para a sua nação?
Nascido para matar tem como cenário a Guerra do Vietnã, mas a guerra em si não é o foco do diretor. Kubrick procura mostrar, através da guerra, a desumanização do homem em resultado a violência. O filme é dividido basicamente em duas partes, a formação da mente violenta e seu resultado.
ResponderExcluirNa primeira parte, acompanhamos os jovens ainda em treinamento, sendo submetidos a humilhações e violência física, o sargento Hartman reforça a idéia de que os soldados são feitos para matar, além de impor outros ideais e até a religião. De início o soldado Pyle mostra não se enquadrar, o que chama a atenção do sargento de maneira desafiadora, ao longo do treinamento, Pyle encontra dificuldades e é punido diversas vezes até que as punições de seus erros não são mais direcionadas a ele e sim aos demais soldados, o que cria uma rivalidade entre eles, além do sentimento de culpa já que toda vez que Pyle erra, todos os outros soldados são punidos. O soldado Joker fica responsável por Pyle e deve fazer com que ele se torne um soldado exemplar, mas com os frequentes erros os soldados agridem Pyle, inclusive Joker que hesita antes do ato. Pyle se torna um soldado exemplar e disciplinado, a lavagem cerebral está feita e resulta em sua vingança, assasinando o sargento Hartman e se suicidando em seguida. Toda essa construção é feita em ritmo lento, ocupando quarenta minutos do filme, mas praticamente didática.
A segunda parte é a guerra em si, narrada pelo soldado Joker que nos chama atenção por ter em seu capacete a frase “Born to kill” (Nascido para matar) ao lado de um broche com o símbolo da paz, o que é explicado por ele como a dualidade do homem. Durante o treinamento o sargento Hartman dizia que o “ A vossa espingarda é apenas um instrumento de matar. O coração endurecido é que mata. Se não tiverem um instinto de matar decidido e forte, hesitarão no momento da verdade. Não matarão. Serão fuzileiros mortos.” e essa idéia é refletida nas atitudes dos soldados que por muitas vezes não sabiam exatamente o que estavam fazendo em uma guerra respondendo somente “Para matar vietcongues”, mas até a atitude de matar, posta como intuito dos soldados, se mostra difícil quando diverge com valores e crenças pessoais dos soldados, muitas vezes os colocando em conflitos pessoais e com o grupo. O filme mostra os reflexos psicológicos da imposição da violencia juntamente com a desumanização do homem, que se converte em máquina de matar ao defender um ideal imposto, sem levar em conta suas próprias vontades e sentimentos.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirO filme Nascido para Matar, obra do diretor Stanley Kubrick, retrata de uma forma dramaticamente carregada (mas não deixa de ser realista) a Guerra do Vietnã, assunto este que ainda é de difícil aceitação do povo americano. No entanto, ele mostra de um ponto de vista no qual a guerra em si não é o foco, mas sim as consequências que isto traz para o ser humano, os traumas e danos que a guerra deixa em seus combatentes de uma forma permanente.
ResponderExcluirO filme é claramente dividido em 2 partes: na primeira, o foco do filme é o treinamento extremamente rígido do Sargento Hartman, na qual é possível sentir as emoções vividas pelos soldados, o cansaço, a humilhação, a rigidez do líder do batalhão. É nítida a intenção de Kubrick de desumanizar os combatentes perante ao sargento, deixando clara a ideia de que os soldados são nada mais do que máquinas de matar, além de deixar suas crenças e seu livre arbítrio em segundo plano, pois em uma situação de guerra, a única ordem é a de "matar".
Já na segunda parte, não tão empolgante como a primeira, é narrada a guerra, em si, pelo soldado Joker, na qual é mostrado os horrores da guerra de uma maneira extremamente impactante.
É possível julgar, não só o visto no filme, mas no contexto em geral, que a violência presenciada na guerra é totalmente gratuita, já que os combatentes são treinados para deixar seu lado humano para trás, e são programados, literalmente, para matar.
Rodrigo de Oliveira Barbosa - 11024411
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirA primeira parte do filme me causou mais choque.
ResponderExcluirO caso do soldado Pyle (este que aparece na foto do post) me lembrou muito algumas estórias de garotos que sofrem bullying e em um dado momento resolvem descontar a raiva em seus agressores, geralmente de forma trágica. Para ilustrar, temos um caso relativamente recente do jovem Wellington Menezes, que supostamente sofreu perseguições no colégio antes de adquirir um comportamento antissocial e, por fim, ser o responsável pelo massacre de Realengo. Isso nos remete ao velho chavão: violência gera violência. Ou seja, após passar por sucessivas torturas e humilhações, o soldado vai acumulando ódio gradativamente, até que - como havia prometido o sargento - perde por completo o sorriso do rosto. Neste caso, tamanha violência sofrida transformou-o em um homicida e suicida, do mesmo modo que aconteceu com o assassino de Realengo (embora este tenha disparado contra crianças inocentes, enquanto Pyle disparou diretamente contra seu opressor).
Creio que o mesmo ocorre com algumas vítimas de bullying e de outras formas de maus tratos.
Outro ponto que chama a atenção é o racismo explícito daquele período, onde negros são claramente considerados inferiores e parecem acuados diante de uma
maioria branca. Isto ficou bem explícito em duas cenas: numa delas (a mais simbólica), um negro é utilizado como isca para atrair o inimigo; em outra, o negro que havia sido o primeiro soldado a abordar a garota de programa é impedido de ser o primeiro cliente por um soldado branco. Embora o homem negro tivesse força física o suficiente para resistir, nada faz, pois se vê impotente devido a falta de respaldo do grupo. Nota-se também que injúrias são dirigidas a latinos e descendentes de italianos, mas em menor frequência.
Ao ler essa manchete, lembrei imediatamente do filme:
Excluirhttp://operamundi.uol.com.br/conteudo/samuel/41089/humilhacao+xingamentos+e+tortura+violacoes+de+direitos+humanos+marcam+formacao+de+policiais+militares+brasileiros+.shtml
O filme pode ser dividido em duas partes, na primeira ele mostra o processo de militarização e desumanização do homem e na segunda as consequências desse processo.
ResponderExcluirOs soldados ao entrar no exército são dominados através da violência, o filme já inicia com o sargento Hartman examinando cada soldado um a um e os humilhando de diferentes maneiras afim de mostrar a posição em que cada um está. A partir daí começa o treinamento físico e psicológico para transformar cada soldado em uma máquina de guerra. Os efeitos colaterais desse processo são evidenciados em casos com o do soldado Pyle, em que essa exposição extrema de violência acaba com a vida dele e a do sargento, e do soldado Joker que vai na contramão da violência se questionando e questionando aos demais, ele ainda usa um broche de paz e amor na segunda parte do filme.
Os soldados que sobrevivem e se adaptam a esse processo acabam se tornando apenas executores de ações, sem se questionar sobre elas, perdem os sentimentos e todo o restante é canalizado para uma obsessão por matar. A primeira parte termina com o soldado Pyle assassinando o sargento e se matando em seguida, causando um choque de realidade de como toda essa violência volta à tona num determinado momento.
A segunda parte do filme se passa na Guerra do Vietnã, onde muitos dos soldados matam vietnamitas apenas porque são vietnamitas, eles estão lá com ordens de matar e é isso que tem que ser feito, a todo momento o soldado Joker se pergunta sobre isso, o seu broche representa a dualidade do homem e ele é muito questionado sobre isso durante o filme. Um ponto importante do filme mostra como os soldados aprendem a lidar com a morte, quando um superior é morto, logo em seguida um soldado é nomeado como superior e líder e este já é tratado de outra maneira, mostrando o grau de influência da posição em que cada um está, toda a violência que um soldado sofre fica guardada nele até o momento em que ele se torna superior e começa a utilizá-la com os demais. Um ponto interessante do filme foi mostrar como a mídia influenciava e decidia como iria transmitir as informações, não podia se comover com o povo e todo aquele massacre era justificado de alguma maneira colocando os vietnamitas como culpados.
O treinamento e militarização dos recrutas norte americanos e os mesmos em combate no Vietnã...
ResponderExcluirA primeira parte do filme é basicamente caracterizada pela violência física e psicológica que os recém recrutados são submetidos principalmente pelo sargento. Um regime mais do que disciplinatório, mas sim ditatorial que tem como função preparar estes novos combatentes, tanto fisicamente como psicologicamente, para colocar em prática a doutrina "born to kill".
Na segunda parte do filme fica claro que aqueles que estão " sem função" na guerra, ou seja, aqueles que não estão efetivamente em combate sentem-se desprestigiados por não colocar em prática tudo que fora aprendido no treinamento, o que evidencia que os mesmos já estavam doutrinados para matar, esperando somente a oportunidade de colocar suas habilidades violentas em prática.
Dentre diversos aspectos retratados no longa, acho interessantes ressaltarmos a primeira parte do filme, principalmente no que diz respeito a maneira como os rapazes são preparados para a guerra. Conforme já fora dito em comentários anteriores, este tipo de treinamento é demasiadamente praticado em nosso país e seria esta metodologia a ser empregada a policiais militares para garantir a segurança da população? O clássico "Tropa de Elite", por exemplo, mostra claramente que os métodos utilizados para o treinamento do Batalhão de Operações Policiais Especiais carioca tem a doutrinação "born to kill".
Acredito que esta filosofia de guerra implantadas nos sistemas que deveriam garantir a paz e o combate a violência no Brasil é um dos motivos que levam o nosso país a apresentar índices de guerra mesmo não participando de uma.
RA:21042913
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAcredito que a visão ao qual o filme faz menção seria a violência e degradação psicológica que os soldados são submetidos, pois devido a elas a história toma seu rumo e dá um destino aos personagens, mas acredito que a tendência do filme é forçar um pouco essa violência, pois não se retrata a vontade dos soldados de estarem ali mesmo com toda a violência presente, muitos aos quais provavelmente se submetem a esse tipo de treinamento esperando pelo momento no qual eles posam ser os aplicadores, no caso da guerra, essa seria a verdadeira visão da violência do filme, a pessoa que superou a violência não para combatê-la, mas aprender a aplicá-la, com o real desejo de ferir e matar. Acredito que a intenção é mostrar todo o processo de chegar até a guerra, mas de uma forma ao qual não se têm acesso fora, sobre o treinamento, acredito que diversos filmes já foram capazes de mostrar seja dramatizando ou satirizando, mas de uma forma que retrate o que se pensa sobre o processo físico, mas a questão psicológica aplicada na história tem grande importância por ser o diferencial, o que faz com que toda a situação aconteça com o consenso das pessoas que são manipuladas através daquilo que aprendem no treinamento.
ResponderExcluirAos soldados é dada uma razão pela qual lutar, temos aqui então pessoas que procuram algo a seguir, um objetivo pelo qual lutar na vida, e eles recebem essa missão de lutar e vencer representando seu país, ele mostra a violência dando uma razão pela qual lutar e combater. Durante o filme as pessoas têm que lidar com situações extremas e tomar decisões entre questões éticas e de honra ao país e quando aplicar cada uma. Acredito que realmente faltou analisar a parte de que apesar de toda a violência mostrada, tudo isso é fruto de alguém que realmente se sente bem perante essa violência e quer que esse tipo de pensamento continue, porque apesar de muitas pessoas que sofrem e sofreram por essa causa, isso jamais poderia ser solucionado enquanto as pessoas veem essa violência como uma solução e algo honroso a ser aplicado por motivos entendidos como suficientemente fortes, vendo na violência uma solução e um desejo interior das pessoas que apesar de estranho existe e não é ainda compreendido o suficiente para ser explicado ou tratado como deveria.
Nascido para matar é um filme que trás uma visão sobre a guerra diferente dos filmes de guerras "normais". onde o enfoque são as mortes, explosões, etc. Porque o enfoque dele é na condição do soldado perante a guerra e não na guerra perante o soldado, mas de uma forma estranha, até as vezes cômica.
ResponderExcluirUma das críticas do diretor é a maneira desumana que os soldados são preparados para o combate, tanto fisicamente como psicologicamente, para deixar de ser homem e tornar-se um assassino. Critica também a alienação dos soldados americanos em solo vietnamita por não saberem os motivos da guerra, simplesmente acharem que estão lá porque devem estar.
É um filme chocante e violento, mas de cunho pacifista e antimilitarista ele mostra um outro angulo da guerra e sua perversidade que nós expectadores não vemos nos filmes de guerra, gostei muito desse novo olhar que o diretor quis mostrar.
Penso que “Nascido Para Matar” (título em português de “Full Metal Jacket”) representa perfeitamente a essência deste reflexivo e perturbador filme de Stanley Kubrick. O personagem Joker leva escrito “Born To Kill” em seu capacete (cabeça), a ideia plantada durante o duro treinamento que os soldados passaram antes de embarcarem para o Vietnã, enquanto em seu peito leva o símbolo da paz, que como ele mesmo diz, contrapõe a outra mensagem, representando a própria dualidade do ser humano. Kubrick, portanto, se utiliza de um visível simbolismo para aproximar a representação à própria realidade, numa linguagem metafórica que é própria da arte.
ResponderExcluirDurante o período de treinamento dos soldados para a guerra vemos o processo de destruição psicológica de boa parte deles, que sofrem humilhações diversas, e são levados a enfrentar não somente os limites do corpo, mas principalmente os da mente, e tudo em prol do enrijecimento dos mesmos, para que sejam como pedras, fortes, destruidores e sem sentimento algum pelos oponentes, devendo somente seguir às ordens e principalmente cumprir o papel a eles designado na guerra: eliminar o inimigo!
São estes seres (humanos?) que são colocados num campo de batalha com um único objetivo: matar. Eles não vêem mais sentido em boa parte do que representa a vida, sendo que inclusive suas próprias vidas talvez só tenham sentido quando estão matando, porquê em matadores eles se tornaram.
É através deste clima extremamente niilista, e desta perspectiva trágica que o filme se passa, mostrando que a guerra não é algo heróico, e que dificilmente se acha um vencedor, porque talvez quem realmente vença sejam aqueles que apesar de toda tragédia não se deixaram destruir, ao menos por dentro.
Para mim a questão central do filme é levar o espectador para a seguinte reflexão: “meu deus o que estamos criando", pois como é exibido no treinamento o objetivo central desse é ensinar que a vida de um fuzileiro naval se resume em matar.
ResponderExcluirOs aspirantes a fuzileiros sofrem uma tremenda violência psicológica, que envolve tapas na cara, rituais com o rifle, xingamentos e humilhações que somadas fazem um aspirante a se transformar em um soldado que só deseja matar.
No treinamento também chama a atenção quando o instrutor fala que o corpo de fuzileiros não quer robôs, o que ele quer são matadores, junto a esse fato se soma o treinamento que condiciona o soldado a obedecer ordens sem questionar. Assim essa fala do instrutor nada mais é que uma contradição que leva o telespectador a refletir que os soldados na verdade somente são robôs matadores. Em relação ao corpo de fuzileiros também é interessante passar para os aspirantes a sensação de estar entrando para uma irmandade, pois muitas pessoas tem a necessidade de fazer parte de um grupo. Ainda em relação ao corpo de fuzileiros outra frase de destaque dita pelo instrutor é “um soldado morre, mas o corpo de fuzileiros é para sempre”, isso também acaba sendo mais um motivador psicológico, pois dá a sensação que a pessoa pertence a algo que irá transcender a ela.
Voltando a questão sobre os que os fuzileiros se transformaram que na minha opinião é a principal, durante o conflito ela fica bem evidente, eles se aproveitam de mulheres pobres para obter sexo fácil, quando a vietnamita se nega a fazer sexo com o soldado negro fica evidente que ele a estupraria caso ela não concordasse. Durante o voo com o helicóptero o soldado atira indiscriminadamente contra camponeses, e ainda por cima se orgulha disso.
Termino meu comentário com a seguinte frase de um fuzileiro “ adoro esses amarelos eles são ótimos para matar, vou sentir falta disso em casa”, essa frase nos leva a uma reflexão profunda sobre a reintegração do fuzileiro na sociedade civil e todos os problemas que ela envolve, e se treiná-los para pensar dessa forma não está competente errado.
O filme é ao mesmo tempo chocante, mas prende a atenção do espectador de forma a gerar uma reflexão a respeito do modo como é realizado a "lavagem cerebral" nos recrutas.
ResponderExcluirMe chama a atenção o jogo de conflitos psicológicos vividos principalmente por Pyle que é alimentado constantemente por um sentimento de raiva e angústia. A violência tanto física quanto psicológica sofridas pela personagem culmina na perturbação do recruta e na decisão de vingança.
A forma como Kubrick aborda o tema é bastante interessante tendo em vista que na primeira parte do filme ele enfatiza a preparação da criação de um verdadeiro "soldado de metal", no que diz respeito à desumanização dos soldados. As punições, humilhações, satirização praticada pelo sargento Hartman mostram de maneira exacerbada o treinamento praticado pelos militares no sentido criar verdadeiras máquinas de guerra com um único sentimento de raiva.
A desconstrução psicológica dos recrutas faz com que a guerra contras seus inimigos, exibido na segunda parte do filme, se torna banal em face ao conflito psicológico vivido por cada um deles. Este fato nos faz refletir sobre as maneiras de como "educar" um outro ser humano e como a forma punitiva gera sequelas na construção do homem.
Neste sentido, podemos traçar um paralelo e refletirmos sobre os possíveis métodos utilizados por instituições como PM, BOPE, ROTA, etc na preparação de seus componentes pela geração do ódio aos "bandidos", "traficantes". Este ódio pode impactar na abordagem utilizada por eles deixando de lado sentimentos primordiais de compaixão e humanização.
A primeira vez na qual assisti esse filme foi no ensino médio, e desde aquela época me recordo do qual interessados todos na sala ficaram, não apenas com a notícia da atividade através do filme, mas principalmente pelo conteúdo em si que foi apresentado. Ao assistir pela segunda vez, observei algumas expressões de alienação via ‘treinamento’, com uma perspectiva totalmente diferente da primeira vez. A saber, toda a doutrinação e ‘robotização’ dos soldados, determinante na figura do sargento Hartman, em paralelo ao pano de fundo de nebulosidade da guerra americana no Vietnâ, nos traz um filme sobre a guerra que, na verdade, aborda algo simplesmente fora da alçada da guerra propriamente dita, o que eu enxerguei como uma crítica inteligente do diretor Stanley Kubrick. A priori, podemos entender que ‘soldados’ são máquinas de matar usando máquinas de matar, uma redundância que nos faz refletir acerca dos retrocessos de todo esse circuito de doutrinação à violência ‘autorizada’ através de adventos de guerra. O absolutismo de matança é mais que um imperativo, é uma cicatriz indelével que o soldado-robô levará consigo após a guerra, como marca ou consequência da anulação de todas as suas crenças e cultura ao longo dos horrores durante a guerra e, principalmente, durante o processo de ‘coisificação’ nos preparativos dos campos antes do combate armado. Se o soldado Joker pudesse representar a sociedade, tanto na primeiro quanto no segundo momento do filme, treinamento e guerra, respectivamente, seria um fim trágico para a humanidade, enquanto violência sobre violência, já que o soldado é, não apenas treinado, mas transtornado por uma lavagem cerebral, fazendo programado para a violência gratuita desde seu nascimento.
ResponderExcluir